Introdução às técnicas de cavaquinho

Aulas de cavaquinho

O cavaquinho é um instrumento de origem portuguesa, que veio para o Brasil e se abrasileirou de uma forma sensacional. Ele é um instrumento importante na cultura musical do Brasil.

Tem muitos gêneros musicais que são tocados com o cavaquinho, e existe uma escola brasileira de cavaquinho, que se tornou também importantíssima, desde lá de trás, Mário Álvares da Conceição, Nelson da Boina, que tocava com o cavaquinho… Nelson Alves, o canhoto do cavaquinho.

Waldir Azevedo, que popularizou esse instrumento como um instrumento solista. Jonas, que tocou muito com Jacó do Bandolim. E hoje em dia temos a Luciana Rabelo como grande expoente desse instrumento, também.

Afinações do cavaquinho

O cavaquinho é usado normalmente com três afinações mais conhecidas e mais usadas em aulas de cavaquinho.

Uma é afinada do agudo para o grave: Ré, Si, Sol, Ré, a outra é: Mi, Si, Sol, Ré, e essa aqui é Mi, Lá, Ré, Sol, afinada
em quintas justas, mesma afinação do violino.

Essa afinação, embora não esteja sendo muito usada atualmente, ela já foi muito mais popular no Brasil. A turma toda de samba tocava com essa afinação, de choro também.

Músicos como Tico Tico, que acompanhou o Jacó do Bandolim em muitas gravações, o Toco Preto, que está vivo ainda, morando em São Paulo, que é um músico da antiga, que toca também com essa afinação.

A Dona Ivone Lara, a grande dama do samba, agora ela não esta mais tocando, mas ela tocava cavaquinho com essa afinação também.

E a gente vai abordar justamente isso aqui.

Mais uma curiosidade: o Joel Nascimento, o grande bandolinista Joel Nascimento, começou como músico tocando cavaquinho com a afinação em quintas e ele tinha um conjunto de baile “Joel e seu ritmo”, onde ele tocava, desempenhava no cavaquinho, depois ele se tornou o grande bandolinista.

Acordes do cavaquinho

Eu quero mostrar para vocês, inicialmente, alguma coisa a respeito da formação dos acordes aqui, essa afinação, por ser em quintas justas, ela dá uns desenhos muito regulares dos acordes. Isso é muito bom para o aprendizado, né?

Quando eu estou ensinando essas montagens de acordes, eu gosto de pensar em três formas básicas, a partir dessas três formas básicas, a gente pode desenvolver qualquer tipo de acorde, tá?

Essas formas seriam as seguintes: inicialmente a gente pode ver que esse acorde é um Sol Maior, então seria
Sol, Ré, Si e Sol.

Vou dar sempre os acordes com quatro notas e a gente vai observar que sempre uma nota se repete, tá?

Então seria: Ré… é, Sol, Ré, Si, Sol, se você subir meio tom você vai ter que fazer a pestana e Sol sustenido,
Ré sustenido, Dó e Sol sustenido.

Subindo mais meio tom, seria um acorde de Lá maior, Lá sustenido, Si, Dó e assim por diante.

Essa seria a primeira forma que a gente está abordando.

A outra forma seria com a terça do acorde nas duas extremidades. Essa primeira que a gente viu a tônica está nas duas extremidades, né?

Essa outra que a gente vai ver agora, a terça está nas duas extremidades, então seria: Si, Sol, Ré, Si, tá?

E a terceira forma seria com o quinto grau nas duas extremidades, então seria Ré, Si, Sol, Ré.

Então a gente vai ver três montagens do acorde de Sol Maior: com a tônica nas duas pontas, com a terça
nas duas pontas e com a quinta nas duas pontas.

E como vocês sabem, ou não, o que define se um acorde é maior ou menor é a terça, o terceiro grau.

Então no caso do Sol maior o Si é a terça, então se você fizer o Si meio tom abaixo, você vai ter um Sol menor.

Então na primeira forma seria Sol maior, Sol menor.

Na segunda forma, Sol maior, Sol menor, então você desceria aqui meio tom, nas duas pontas do acorde.

E na terceira forma, Sol maior, Sol menor, abaixando a terça, tá?

A partir dessas três formas a gente pode, pensando na escala do instrumento e nas alterações que a gente pode ter nesses acordes, para gente ir aprendendo a andar aqui.

Por exemplo, uma escala de Sol Maior, uma escala de duas oitavas: Sol, Lá, Si, Dó, Ré, Mi,
Fá, Sol, Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol.

Escalas e graus do cavaquinho

Aulas de cavaquinho

Dentro dessa escala, a gente pode começar a pensar nos graus, né?

Sol, Lá, então se você fizer uma escala começando do Lá, ou começando do Si, vai ser sempre uma escala de Sol, começando em lugares diferentes.

Então, porque eu estou chamando atenção para essas notas?

Porque quando você coloca um Lá num acorde de Sol, você vai ter um Sol com nona.

Se você colocar um Fá natural, você vai ter um Sol com sétima, que pode ser nessa oitava ou pode ser nessa oitava.

Então nessa primeira forma, você pode fazer um Sol com sétima aqui, na segunda forma, você pode fazer um Sol com sétima aqui e na terceira forma, você pode fazer um Sol com sétima aqui.

É só um exemplo  para a gente mostrar como é importante o conhecimento das notas no braço do instrumento, conhecer a escala do instrumento e ir usando as notas nas montagens desses acordes, a partir dessas montagens iniciais que eu falei.

Eu acho que a gente aprendendo os acordes maiores, menores e os diminutos, estudando essas escalas dos acordes maiores, menores e os diminutos, a gente vai ter um domínio bastante bom da harmonização aqui no instrumento, montando os acordes com as alterações que você quiser.

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  1. Henrique Pazin 29 de outubro de 2018

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